terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Açucar causam efeitos como drogas

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Pesquisadores da Universidade da Califórnia apontam os riscos do consumo excessivo de açúcar para a saúde e defendem a criação de medidas de regulamentação para o produto.
Em artigo intitulado “A verdade sobre a toxicidade do açúcar”, publicado em 01 de fevereiro na Revista Nature, Robert Lustig, Laura Schmidt e Claire Brindis, da Universidade da Califórnia discutem que o consumo excessivo de açúcar gera riscos à saúde e causa dependência, à semelhança do que ocorre com o álcool e no tabaco.
De acordo com os pesquisadores é um equívoco considerar o açúcar como um produto com “calorias vazias”, pois não há nada de vazio nestas calorias.

Se avolumam evidências de estudos que permitem a comparação entre a dependência causada pelo consumo de açúcar, com a dependência causada pelo álcool e pelo tabaco. A população adulta americana consome diariamente 22 colheres de chá, já os adolescentes consomem 34 colheres do produto.

Para diminuir o consumo excessivo, os autores defendem a taxação de alimentos açucarados e o controle de vendas dos mesmos para menores de 17 anos já que o consumo de açúcar triplicou nos últimos 50 anos, ajudando a criar uma pandemia global de obesidade que contribuiu para a ocorrência de 35 milhões de mortes anuais em todo o mundo devido a doenças não infecciosas, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.

O professor do Depto de Pediatria e do Centro para Avaliação, Estudo e Tratamento da Obesidade, da Universidade da Califórnia, Lusting diz “que assim como existem gorduras boas e más, carboidratos e aminoácidos bons e ruins, também existem calorias boas e más” entretanto, segundo ele, o açúcar “chega a ser tóxico além de suas calorias.”

Segundo Kelly Brownell, diretora do Centro Rudd de Política Alimentar e Obesidade, da Universidade de Yale, a indústria de alimentos tenta dar a entender que “uma caloria é apenas uma caloria” entretanto, estudos sugerem que há algo diferente relacionado ao açúcar.

Outros dados apresentados indicam que que o excesso de açúcar pode levar ao aumento da pressão arterial, comprometer a atividade hormonal além de prejudicar o fígado, causando reações semelhantes às provocadas pelo efeito do álcool. Os pesquisadores também tem investigado o efeito do açúcar no cérebro e como o organismo absorve as calorias advindas dessa substância, sugerindo que o açúcar ativa mecanismos de recompensa no cérebro, semelhantes aos causados por drogas tradicionais como morfina e heroína. Segundo Brownell “os efeitos confirmam o que as pessoas dizem superficialmente, que anseiam por açúcar e que sua ausência causa sensações de abstinência, semelhantes às causadas pela diminuição do consumo de álcool e tabaco”.

Há também um consenso bastante desfavorável em relação às bebidas açucaradas pois, de acordo com Brownell “quando as calorias vêm em líquido, o corpo não se sente tão satisfeito” e, por essa razão “as pessoas acabam consumindo cada vez mais calorias.”

Países como França, Dinamarca, Grécia e algumas cidades e estados dos EUA tem adotado a taxação de refrigerantes. Medidas como esta, no entanto, não são unânimes e são utilizados argumentos tais como a não preocupação com a saúde e a valorização da satisfação pessoal e prazer de muitas pessoas.

Os professores sugerem campanhas públicas de informação para que as pessoas conheçam as conseqüências dos atuais padrões de consumo. Também sugerem que “algumas intervenções que reduziram o consumo de álcool e tabaco podem ser utilizadas como modelo para abordar o problema com o açúcar, entre elas estão: a taxação, o controle do consumo e exigência de licença para venda de alimentos com teores elevados de açúcar em máquinas de venda automática ou em lanchonetes de escolas ou locais de trabalho.”

“Não estamos falando em proibição” disse Schimdt, “Estamos apenas tentando convencer o governo a proteger a saúde da população por meio de medidas de regulatórias que possam diminuir o consumo de açúcar. Queremos aumentar o poder de escolha da população buscando tornar alimentos mais saudáveis, que tenham menor teor de açúcares, mais baratos e acessíveis à população”.

Brasil financia projeto da ONU para compra local de alimentos na África

Projeto de fortalecimento do mercado local de alimentos na África será promovido pela FAO e pelo PMA e contará com financiamento brasileiro.
Brasil proverá mais de 2,3 milhões de dólares para um novo projeto de compra local de alimentos, que será promovido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO (external link)) e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA (external link)) para beneficiar agricultores e populações vulneráveis na Etiópia, Malauí, Moçambique, Níger e Senegal.

O projeto também vai usar a experiência brasileira do programa Fome Zero. Pelo acordo assinado na terça-feira (21/02), em Roma, a FAO vai oferecer sementes e fertilizantes e impulsionar a capacidade de produzir e vender de pequenos produtores e cooperativas. Já o PMA organizará a compra e entrega dos alimentos para escolas e grupos vulneráveis.

Além de ajudar na dieta suplementar, o projeto é desenvolvido para fortalecer o mercado local de alimentos e melhorar a segurança alimentar

Semáforo nos rótulos de alimentos

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Sistema pode ajudar consumidor a interpretar , de maneira mais fácil e rápida, rótulos de alimentos.
Para quem quer comprar alimentos mais saudáveis, os rótulos das embalagens são quase sempre um enigma. As porções analisadas variam de alimento para alimento e é preciso que o consumidor tenha um conhecimento mínimo de nutrição para poder julgar se a quantidade de cada nutriente é pouca ou excessiva.

Nesse contexto, o sistema Traffic Light Labelling (Semáforo Nutricional) é uma proposta de simplificação das rotulagens, em que os produtos são analisados e, de acordo com seus valores nutricionais, associados a uma das cores do semáforo (verde, amarelo e vermelho), possibilitando que o consumidor identifique imediatamente quais produtos podem ser consumidos sem grandes preocupações e quais merecem atenção.

Um novo estudo, feito pelo Hospital de Massachussets, nos Estados Unidos, mostrou que a adoção desse sistema pode levar consumidores a fazer escolhas mais saudáveis. A pesquisa colocou etiquetas nas cores do semáforo para indicar o grau de saudabilidade dos diferentes alimentos vendidos no hospital. Além disso, cartazes sugeriam que os consumidores escolhessem os itens marcados com verde com mais frequência, amarelos de vez em quando, e considerassem alternativas para os com etiqueta vermelha.

O resultado mais gritante foi com as bebidas. Depois de três meses, a venda de bebidas com etiqueta vermelha caiu em 16,5%, enquanto a das marcadas em verde aumentou em 9,6%. No conjunto total de alimentos e bebidas, todos os produtos marcados em vermelho tiveram uma queda de 9,2% em suas vendas, enquanto os produtos “verdes” tiveram um aumento de 4,5%.

Assim, o Traffic Light Labelling pode ser uma alternativa eficaz no empoderamento de consumidores e na escolha por uma alimentação mais saudável. No entanto, a discussão acerca do tema ainda encontra resistência da indústria alimentícia, ficando fora da pauta de debate do Estado.